Podcast: Puerpério é momento delicado na vida da recém-mãe - Cabeça de Criança

Podcast: Puerpério é momento delicado na vida da recém-mãe



Na definição do dicionário, puerpério significa o período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação.

Mas quem já viveu essa fase sabe que é muito mais do que isso. É um momento em que ocorrem intensas modificações físicas, sim, mas também psicológicas e emocionais nas mulheres. Essas mudanças incluem oscilações de humor e uma sensibilidade extra. 

Esse é o tema do episódio 13 do Podcast É A Mãe!, ouça:

Segundo a psicóloga Juliana Hoffmann, que também está passando pelo puerpério com o segundo filho, o puerpério é muito mais do que a quarentena, que são os quarenta dias depois do parto, quando a mãe se resguarda e se recupera do parto.

Para a psicóloga, o puerpério é um campo de transição. É quando a mulher faz o “luto” de quem ela foi para poder transitar para quem ela vai ser depois da chegada do bebê.

“Pensando em uma mulher que está com o primeiro filho, até então ela desempenhou, na vida dela, papéis de profissional, amiga, filha, irmão, esposa, papéis que conviviam em equilíbrio, até a chegada do bebê”, diz Juliana.

Quando entra o papel de mãe, que essa mulher nunca exerceu, ele vai ocupar quase todo ou todo o tempo. A nova mãe então vai ter que se adaptar a esse novo papel e decidir quais espaços vão ocupar os outros papéis, quantos deles vão continuar existindo e como eles vão se modificar.

“O puerpério é um espaço de autoconhecimento gigante, a mulher vai avaliar o que vai continuar a fazer parte da vida dela ou não”, diz a psicóloga.

Juliana Hoffmann também explica a diferença entre baby blues e depressão pós-parto. O baby blues é uma resposta normal às mudanças hormonais que acontecem depois do nascimento do bebê. É normal sentir uma certa melancolia e tristeza, mas que deve melhorar com o passar do tempo. “Já a depressão é um estado mais sério, que se apresenta geralmente por volta de 30 dias depois do parto, e que traz uma falta de vitalidade”. Os sinais de alerta são quando a puérpera deixa de se cuidar, de se alimentar, de tomar banho, e passa a negligenciar e até mesmo a rejeitar o filho.

Se a puérpera chega nesse estágio, é hora de procurar ajuda externa. A psicóloga sugere que a mulher procure um profissional, seja o ginecologista ou um psiquiatra ou psicólogo, que tenha um alinhamento de valores com ela. “Por exemplo, se a mulher está tendo dificuldades para amamentar, mas ela quer fazer isso, talvez não faça tanto sentido ela procurar o pediatra que ela sabe que vai oferecer fórmula”, diz.

Além disso, diz Juliana Hoffmann, espaços como rodas de conversas para puérperas são muito indicados para dar apoio às mulheres que estão passando por esse período.

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